DEBAIXO DA SOMBRA DA ÁRVORE, ESSE SERÁ O NOSSO LOCAL

     "O SENTIDO DA VIDA VARIA DE ACORDO COM A ÉPOCA DA VIDA.VIVER JÁ É O SENTIDO! (Bárbara Astramo - Astróloga)

      Há um primeiro encontro, confuso certamente, os pensamentos se misturam, te desconstrói toda sobre tudo o que acha que sabe ou que vive, a experiência nova mexe muito contigo e os dias se tornam incansáveis na busca por uma certa racionalidade, eu precisei ir até lá, até o jardim pra me encontrar, pra me ver diante de um espelho, gerar uma introspecção em minha vida naquele momento em que estou ali e é incrível como sua cabeça viaja nesses momentos em que você está no jardim. E aí você começa a se conhecer, a resolver problemas que estão dentro de você e ter forças pra encarar o mundo, encarar as pessoas, encarar situações, então isso causa uma evolução...

Entrei e caminhei por um imenso jardim, o local era familiar pra mim, havia o casarão, um lago, uma pequena ponte que te levava a outra margem e no começo tinha uma bela árvore frondosa com um banco de praça pintado de branco à margem do lago. A cada passo que dei, uma presença eu reconhecia , estava encostado num poste de jardim (também tive a sensação de já ter visto esta cena em algum momento) ele usava um grande casaco e chapéu, ambos negros, segurava umas folhas nas mãos contemplando a natureza, corri pra me aproximar mais rápido, ele notou minha presença, olhou-me e abriu aquele sorriso:

- Olá menina?

- Oi... você por aqui? (quase as palavras não saem)

Ele, abre o casaco, põe as folhas no chão, arruma o chapéu, caminha até mim, põe a mão no meu ombro e me cumprimenta com um beijo no rosto.

- Eu estava te esperando! Andou me procurando não foi?

- Me esperando? Eu andei te procurando? Como sabe? E o que faz aqui?

Ele sorri delicadamente... me abraça, senti isso como um amigo que abraça alguém ao esperar por longos dias. 

- Quantas perguntas de uma só vez, você faz muitas perguntas... calma! Vou te explicar, mas antes quero saber de você, não me parece muito bem hoje?

Na verdade, ele tinha razão, quando entramos num jardim, é porque temos saudades ou sentimos a falta de algo que não se viveu por completo. Apesar de ter tido dias bons a preocupação sempre se faz presente ao desconcerto da vida. Em nossos primeiros momentos, as coisas nunca são muito esclarecedoras, a confusão mental é presença constante e aquilo tudo que ouvimos ou sentimos no estado desperto, balança com todo o  modo de ser e de ver as coisas.

A orientação parte de que você se desapegue das coisas fúteis, para que fuja desse tipo de armadilha, para que se tenha uma vida longa e especial. Não passe o tempo, perdendo tempo em ficar comentando bobagens em que nada irão te ajudar em sua evolução. 

Esses ensinamentos evoluídos na mente de quem está participando como um neo (aprendiz), lhe cai como um balde de água fria, sentimentos de ódio e raiva são notórios,  reconhecer que seu EU faz isso é cruel.

- Vamos dá uma volta, realmente não me parece bem hoje!

              ...É preciso estar no jardim antes de voltar pra casa, é preciso reconhecer que nem sempre tem um troféu, uma medalha te esperando, um reconhecimento te aguardando, a maior recompensa é ter estado ali, naquele jardim, com aquela companhia, com você mesmo. É  naquele momento que você se contempla, é ali que você se encontra, que você faz sua comunhão com Deus, com sua energia, com seus sentimentos, com suas sensações, mas, antes de partir e sair do jardim, um recado:

               - "Agora que você está bem, pode ir, mas se precisar me chame que eu estarei lá, debaixo da sombra da árvore, esse será o nosso local..."